quarta-feira, 26 de junho de 2013

67% das crianças não sabem fazer contas básicas, aponta pesquisa


O estudo, feito por estudantes do 3º Ano do Ensino Fundamental privado e público, aponta ainda que quase 25% das crianças avaliadas em todo o país não demonstram habilidades elementares como as de localizar informação num texto. No Renovação, os professores apostam em aulas lúdicas para garantir o aprendizado

Mais da metade das crianças brasileiras que cursam 3º ano do ensino fundamental estão defasados em leitura. Em matemática, a situação é ainda pior: 67% das crianças não conseguem fazer contas básicas como deveriam na sua idade. Os resultados são da Prova ABC, da ONG Todas pela Educação, divulgados ontem (25).

De acordo com a avaliação, aplicada no final do ano passado com 54 mil crianças do 3º ano do ensino fundamental privado e público, 55% dos pequenos não têm proficiência adequada em leitura. E, pior: quase 25% das crianças avaliadas em todo o país não demonstram habilidades elementares como as de localizar informação num texto. Por exemplo, não conseguem dizer quem é o personagem principal ou identificar o tema de um texto curto.

Os dados, claro, variam regionalmente. Em São Paulo, 60,1% das crianças são proficiências em leitura. Já em Alagoas, Estado com pior avaliação, esse índice cai para 21,7%. "Regiões mais pobres tendem a ter índices piores. Mas isso não pode servir de justificativa. Temos de ter foco nas crianças das regiões mais pobres", analisa Priscila Cruz, diretora executiva do movimento Todos pela Educação.

"Uma das principais mensagens da Prova ABC é a desigualdade educacional que começa logo no início do fundamental. Essa desigualdade tende a se aprofundar nos anos seguintes", diz Cruz. De acordo com a especialista, o governo federal poderia suplementar mais ainda os estados mais pobres.

Os dados deste ano não são comparáveis com anos anteriores, pois foram as provas foram aplicadas em anos letivos diferentes. Esta foi a última edição da Prova ABC A partir deste ano, o governo federal terá um sistema próprio, a ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização), aplicada nacionalmente com alunos do 3º ano do ensino fundamental.

A prova, explica a assessoria de imprensa do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), do MEC, avaliará alfabetização e matemática. "A gente cumpriu o objetivo, que é de chamar atenção do governo que é importante olhar para a alfabetização", diz Cruz.

Renovação investe em aulas lúdicas para garantir aprendizado


O Colégio Renovação sabe que a matemática é uma das disciplinas que mais gera dúvidas nas crianças. Por isso, a escola investe em treinamentos e incentiva os professores a procurar alternativas lúdicas e prazerosas para garantir o aprendizado dos alunos.

Um belo exemplo dessa didática foi feita com os alunos dos 2º Anos do Ensino Fundamental. Orientados pelas professoras Nisete, Penha, Sarah, Tatiana,Valéria e Janine, eles ganharam uma banana e participaram de uma aula diferente, baseada no Material Dourado - técnica idealizada e desenvolvida pela médica e educadora Maria Montessori para tornar mais prático o aprendizado da aritmética. 
A especialista criou um material formado por barras que, ao serem divididas ou agrupadas, reproduzem as dezenas e as centenas. Assim, cada barra da dezena é formada por dez unidades e cada centena por dez dezenas (ver imagem ao lado). 

Como cada fruta representava uma dezena, os alunos deveriam fatiá-la em 10 rodelinhas (unidades). Dessas, eles poderiam degustar meia dezena (cinco unidades). Após contarem e refletirem sobre o exercício, eles só poderiam comer o restante depois de acertarem a conclusão da aula prática, ou seja, que uma dezena é igual a 10 unidades! 

“Verificamos que nossos alunos são “feras” em matemática, pois acertaram a questão, degustaram a meia dezena proposta no exercício e mais a outra meia dezena que havia ficado no prato. Também, pudera! A fruta tinha calda de chocolate e cereais crocantes”, comemora a professora Nisete.

Fonte: Folha de S. Paulo Educação

Das 10 maiores federais, apenas UFRGS e UFPE resistem ao Enem/Sisu

O plano do MEC de que o Enem substitua os vestibulares começa a se efetivar, com a adesão das maiores universidades ao sistema unificado

Em março deste ano, o portal Terra fez um levantamento sobre as universidades federais do País que ainda não aderiram ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que utiliza as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em substituição aos vestibulares tradicionais. Das dez maiores instituições federais, seis ainda não haviam aderido ao modelo do Ministério da Educação (MEC), mas a maior parte delas estudava mudanças para este ano. Passados quase três meses, apenas duas ainda resistem em aderir ao Sisu: a Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Federal de Pernambuco (UFPE). 

No dia 18 de junho, a Universidade Federal da Bahia (UFBA), que já utilizava o Enem como primeira fase do vestibular, anunciou que desistiu do modelo de seleção própria e que, a partir de 2014, todos os seus alunos serão escolhidos por meio do Sisu. Em março, o pró-reitor de Graduação, Ricardo Miranda, havia confirmado que a mudança não tinha acontecido ainda porque o modelo do MEC enfrentava algumas resistências dentro da universidade.

Na Federal do Pará (UFPA), a decisão de acabar com a seleção própria – e adotar o Enem - foi tomada no começo deste mês. A instituição alegou dificuldades orçamentárias para a aplicação do vestibular após a presidente Dilma Rousseff ter sancionado lei, em abril, que isenta do pagamento da inscrição alunos de escola pública e bolsistas integrais na rede particular. 

Em abril deste ano, a Universidade de Brasília (UnB) também confirmou a adesão ao Sisu, com o fim do vestibular de verão. No entanto, a instituição optou por manter a seleção de inverno e o programa de avaliação seriada. Na Federal da Paraíba (UFPB), a mudança ocorreu em maio, com o fim da avaliação seriada e adoção apenas do Sisu.

Além da UFBA, UFPA, UnB e UFPB, outras quatro universidades federais do País – já haviam aderido ao Enem: Federal de Minas Gerais (UFMG), Federal Fluminense (UFF), Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Na lista das dez maiores – segundo o Censo da Educação Superior – restam apenas a UFRGS e a UFPE.

UFPE já utiliza o Enem como primeira fase

Em maio deste ano, a reitoria da UFPE confirmou que vai manter o Enem, incluindo a redação, como primeira etapa e provas específicas aplicadas pela instituição como a segunda etapa do vestibular 2014. Já na UFRGS, o uso da nota do Enem é opcional para compor a nota final do vestibular. Em março, a instituição disse que estuda ampliar o peso do exame nacional, mas até agora nenhuma mudança foi anunciada.

*Matéria publicada pelo Portal Terra