sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

TV, celular, internet e games: como os jovens brasileiros lidam com as 4 telas?


*Redação CanalTech

As crianças e os jovens brasileiros constituem uma população conectada às telas e tecnologias digitais, e tal comportamento merece atenção. Cerca de 75% dos adolescentes entre 10 e 18 anos afirmam navegar na Internet, enquanto entre as crianças de 6 a 9 anos, esse índice é de 47%. Os dados fazem parte da pesquisa “Gerações Interativas Brasil – Crianças e Jovens diante das Telas”, apresentada esta semana pela Fundação Telefônica Vivo.

Em parceria com o Fórum Gerações Interativas, o Ibope e a Escola do Futuro (USP), a instituição pesquisou o comportamento da geração de nativos digitais brasileiros diante de quatro telas: TV, celular, internet e videogames. Os dados foram coletados entre 2010 e 2011 junto a 18 mil crianças e jovens, com idades entre 6 e 18 anos. Ao todo, o total de respondentes foi de 1.948 crianças e 2.271 jovens, pertencentes a escolas do ensino público e privado, nas zonas urbana e rural de todas as regiões do país. 



A pesquisa traz comparações inéditas quanto ao uso das quatro telas por regiões, faixas etárias, sexo e meio rural ou urbano. “Realizamos um estudo bastante representativo, com o objetivo não apenas de disseminar conhecimento sobre o comportamento de crianças e jovens diante das telas digitais, como também de promover o uso responsável das Tecnologias de Informação e Comunicação”, afirma Françoise Trapenard, presidente da Fundação Telefônica Vivo. 

Esta é a segunda tomada da pesquisa. Em 2005, o Brasil foi analisado dentro do contexto da região ibero-americana. “Desta vez, decidimos fazer um retrato exclusivo do país, para obtermos um panorama abrangente e crítico a respeito do contexto e das perspectivas das telas digitais no Brasil”, explica Françoise. 

“A partir dos dados trazidos pela pesquisa, poderemos entender melhor as necessidades e desejos dessa geração. Boa parte dos usuários de nossos produtos e serviços se enquadra nessa demografia", afirma o presidente da Telefônica Vivo, Antonio Carlos Valente. 

Principais resultados

Do total dos pesquisados, 51% das crianças, de 6 a 9 anos, e 60% dos jovens e adolescentes, de 10 a 18 anos, declararam possuir computadores em casa; enquanto 38,8% das crianças e 74,7% dos jovens disseram possuir celulares próprios. Já quanto à posse de games, 78,7% das crianças e 62,4% dos adolescentes entrevistados responderam positivamente. A TV é a tela predominante, com índices de penetração nos lares entre 94,5%, no caso das crianças, a até 96,3% para os jovens.

Crianças e sua interação com a tecnologia (Crédito: AEP)

No entanto, diferenças socioeconômicas entre as regiões impactam na posse e acesso às telas. Foi observado que, enquanto a presença de computadores domésticos atingiu 70,4% das crianças do Sudeste e 55,1% para as residentes no Sul, no Norte e Nordeste estes índices retrocedem para 23,6% e 21,2%, respectivamente.

Diferentemente do que se observa para a maioria dos adultos que convivem com estas crianças e jovens, a geração interativa redefine o uso das telas pela sua integração, convergência e multifuncionalidade. Assim, a Internet é usada para tarefas escolares, compartilhar músicas, vídeos, fotos, ver páginas na web, utilizar redes sociais, bater papo e usar e-mail.  

Já o celular representa a tela de convergência por excelência. Pela ordem, a geração interativa utiliza o aparelho para: falar (90% dos jovens), mandar mensagens (40%), ouvir música ou rádio, jogar, como relógio/despertador, como calculadora, fazer fotos, gravar vídeos, ver fotos/vídeos, usar a agenda, baixar arquivos, assistir TV, bater papo e navegar na internet.



Os adolescentes brasileiros são capazes de efetivamente realizar várias atividades e tarefas diferentes ao mesmo tempo, principalmente em frente à TV. Pelos menos 71% dos jovens comem, 37% conversam com a família, 34% estudam, 25% falam ao telefone e 18,2% navegam na Internet em frente à televisão. O celular jamais é desligado por 34,5% dos representantes da geração interativa. Um total de 56,8 dos entrevistados declarou que não desligam os aparelhos nem mesmo nas salas de aula.

O comportamento de meninos e meninas mostrou-se divergente diante das telas digitais. Numa disputa entre celular e videogame, o primeiro é o aparelho preferido por 66% das garotas, enquanto que 54% dos garotos ficam com os jogos.

As meninas recebem mais cuidados ao navegar na Internet que os meninos. Um total de 62% delas é instruído a não dar informações pessoais e 54% a não comprar na rede. Os respectivos percentuais para os meninos são 42% e 47%. As garotas são mais vigiadas também em relação à TV: 57% das entrevistadas são proibidas de assistir a  alguma coisa na televisão. 

Um dado preocupante é que 32% dos pais não observam a navegação dos filhos na Internet. Além disso, 40% dos jovens afirmaram que nenhum professor usa a web em aula e apenas 11% aprenderam a navegar com um educador. Aliás, 64,2% dos respondentes disseram que aprenderam a usar a Internet sozinhos.

“Trata-se de uma geração nascida a partir do final da década de 1990, período em que no Brasil as TIC já se encontravam profundamente instaladas e arraigadas na vida cotidiana das famílias e, em maior ou menor grau, também nas escolas”, observa a professora Brasilina Passarelli, coordenadora científica da Escola do Futuro.

Segundo ela, a pesquisa se constitui numa iniciativa que ajuda a iluminar cenários ainda pouco conhecidos, resultantes da utilização massiva e crescente das telas digitais pela população de crianças e adolescentes brasileiros. “Quanto mais conhecermos, melhor poderemos planejar aplicações futuras que motivem e propiciem a aprendizagem lúdica, a construção do conhecimento e a socialização em rede”, conclui.

Para mais informações, a pesquisa estará disponível para download no site da Fundação Telefônica, inclusive com versão para tablets.

*Com informações do Site CanalTech

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Brasil: Mais de 72% das escolas do país não contam com biblioteca

*Estadão Conteúdo

São Paulo - O Brasil precisa construir 130 mil bibliotecas até 2020 para cumprir a Lei 12.244, que estabelece a existência de um acervo de pelo menos um livro por aluno em cada instituição de ensino do País, tanto de redes públicas como privadas. Hoje, na rede pública, apenas 27,5% das escolas têm biblioteca.

Para equipar todas as 113.269 escolas públicas sem biblioteca, seria necessária a construção de 34 unidades por dia, segundo um levantamento realizado pelo movimento Todos Pela Educação com base no Censo Escolar 2011. O estudo também faz uma comparação com números do Censo 2008 e mostra que, mesmo as escolas construídas nos três anos seguintes (foram 7.284 novas unidades) não contemplam o espaço: apenas 19,4% dessas novas instituições têm biblioteca.

Os Estados mais carentes são os das Regiões Norte e Nordeste, que tradicionalmente têm infraestrutura escolar precária, com escolas que chegam a funcionar em construções sem energia elétrica e saneamento básico. Na rede municipal do Maranhão, por exemplo, só 6% das escolas têm biblioteca.

Katarine Rosalem
O que destoa da lista, no entanto, é o aparecimento do Estado de São Paulo com um dos piores resultados do ranking, com 85% das unidades de sua rede pública (escolas estaduais e municipais) sem biblioteca. São 15.084 unidades sem o equipamento. Um enorme prejuízo, se considerado os resultados da edição 2012 da pesquisa Retratos do Brasil, que mostrou que, entre os 5 e 17 anos, as bibliotecas escolares estão à frente de qualquer outra forma de acesso ao livro (64%). "Isso mostra que só a legislação não é suficiente, porque tem lei que realmente não pega", afirma Priscila Cruz, diretora do Todos pela Educação.

Quando se analisa o déficit por nível de ensino, vê-se, ainda, que as instituições de ensino infantil são as mais prejudicadas: enquanto 82% das escolas de ensino profissional e 52% das de ensino médio construídas após 2008 possuem biblioteca, apenas 10% das de ensino infantil têm o espaço.

Uma opção que é um contrassenso, argumentam os educadores, já que é na faixa etária dos 5 anos que a criança está descobrindo a língua escrita e tem de ser estimulada à descoberta e ao gosto pela leitura. No ensino médio, o estudante já teria acesso a outros ambientes de leitura.

*As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.