A musculatura infantil ainda está em desenvolvimento e não sente de imediato as consequências do excesso de peso e, por isso, muitos problemas aparecem na fase adulta, quando já é tarde demais para corrigi-los
Se o seu filho está andando com a postura curvada, ombros inclinados para a frente ou sentindo dor nas costas, é hora de ligar o pisca-alerta e fiscalizar a bolsa que ele leva para a escola. A causa pode estar na mochila, ou melhor, no que está dentro dela.
Segundo o profissional de Educação Física Bruno Viguini, a infância é o período que a musculatura ainda está em desenvolvimento e qualquer atividade além do permitido pode comprometer esse processo e causar problemas difíceis de serem corrigidos na fase adulta. “A musculatura e as articulações das crianças ainda estão em fase de desenvolvimento, por isso ainda não são susceptíveis a dores. Nessa fase, portanto, a criança não sente dor a ponto de corrigir a musculatura. Isso só vai acontecer na fase adulta, depois de anos de má postura e nem sempre será possível corrigir”, explica.
O excesso de peso sobre os ombros pode atrapalhar o crescimento da criança e provocar uma disfunção corporal chamada escoliose, quando a coluna assume a forma de um S ou C. Outro problema é a hipercifose, um desalinhamento da cadeia muscular quando a criança joga os ombros para a frente para compensar o peso nas costas. “Ela não vai sentir essas dores logo de cara e isso pode estar contribuindo para doenças irreversíveis a médio e longo prazo”, alerta Bruno.
Uma boa solução é utilizar as mochilas de carrinho. Entretanto, fica mais um alerta: se a caminhada do trajeto casa–escola for longo, a criança deve alternar os braços, por exemplo, ir para a escola puxando o carrinho com a mão direita e voltar com a esquerda. “O alinhamento da alça de tração da mochila tem que ser de forma que o ombro não precise ficar muito esticado para baixo e nem com o braço muito puxado para cima, tem que estar alinhado”, aconselha o especialista.
Também vale conversar com a escola e ver a possibilidade de um espaço onde as crianças podem deixar alguns pertences, observar se o aluno está levando realmente o que é indispensável e trabalhar a consciência postural da criança, além de consultar um médico ortopedista pelo menos uma vez por ano ou estar sempre alerta à postura do pequeno.
Matéria publicada pelo Caderno Especial de Educação do Folha Vitória
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