Professores que acompanharam a edição 2015 do Enem foram praticamente unânimes em dois pontos com relação ao Exame Nacional do Ensino Médio: as provas deste ano foram as mais difíceis da história e o tema da Redação não poderia ter sido mais atual.
Professora de Língua Portuguesa, Redação e Espanhol, de Ensino Fundamental e Ensino Médio, do Colégio Renovação, e da escola municipal Elzira Vivaqua dos Santos, ambos em Jardim Camburi, Vitória, Gisele Casotti faz parte do time de educadores que deu nota 10 para a tema da Redação.
“Ele não poderia ter sido mais atual, urgente e pertinente . Notícias sobre violência contra a mulher, seja ela física, moral, psicológica ou social, são diárias na mídia. São registros de casos reais, em que o machismo impera e traz à tona a polêmica discussão sobre o assunto. Mesmo já havendo tantas denúncias, sabemos que ainda há situações de anonimato, nas quais a vergonha ou o medo escondem a dor. Levar, então, o tema à proposta de Redação foi uma feliz ideia, já que fazer com que os candidatos escrevam e argumentem sobre o problema é uma forma de mostrar à sociedade que apesar de tantas campanhas e novas leis, a violência contra a mulher ainda assusta e incomoda”, argumenta a professora.
Diante da factualidade e relevância do tema, Giselle vinha trabalhando esse tema com seus alunos há anos. E admite ter ficado feliz quando viu o assunto abordado no exame.
“Nos último anos, trabalhei o tema com todas as minhas turmas, do Ensino Fundamental ao Ensino Médio. Acho imprescindível desenvolver nos jovens a consciência crítica sobre o problema. Foram textos, discussões, debates. Em algumas turmas houve até produção de vídeos, teatro e documentários, sempre com uma abordagem bem crítica. Acho importante a formação dessa consciência a respeito dos problemas sociais”, disse.
Giselle, contudo, não foi feliz apenas nas atividades preparatórias desenvolvidas em sala. Na véspera da prova ela estava dando aula numa turma do 3º Ano e os alunos pediram que ela revisasse algumas sugestões de assuntos. “Ao citar a violência contra a mulher alguns ainda me questionaram se o assunto já não estava muito batido. Respondi que jamais seria um assunto batido numa sociedade que ainda se cala diante de tantos casos trágicos e cotidianos”, lembra, finalizando em seguida.
“Tenho certeza que meus alunos tiveram muita tranquilidade e segurança ao se depararem com o tema, visto que estavam preparados para produzir uma boa argumentação”.
Fonte: Folha Vitória
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